
Você já parou para refletir sobre os benefícios do uso da linguagem dialógica em sala de aula?
Tracemos um paralelo. Estamos em pleno século XXI, vivendo numa era em que a velocidade da informação aliada aos avanços tecnológicos guia o nosso cotidiano. Contudo, as nossas salas de aula, em sua maioria, ainda aplicam um modelo de ensino-aprendizagem oriundo do século XIX: o professor, como o profissional que detém o conhecimento, transmite seus ensinamentos de forma descontextualizada da realidade de seus alunos e, em muitas das vezes, sem estimular o debate nem o diálogo, o que certamente compromete a sua importante contribuição para a formação de um cidadão atuante em sociedade.
Neste ambiente, via de regra, não há muita abertura para a participação e questionamentos dos alunos. No mundo de hoje é preciso fazê-los entender os porquês, reduzindo os artifícios de aprendizagem apenas por memorização, os quais perpetuam uma prática que não condiz com as necessidades profissionais e pessoais destes indivíduos, sobretudo no mercado de trabalho.
O professor que deseja mudar essa realidade, tem a seu alcance diversas ferramentas educacionais que podem despertar o interesse de seus alunos: debates sobre músicas, visitas a museus, ocupação de espaços públicos, games, exibição de filmes, workshops etc.
Todas essas atividades aproximam aluno e professor, e estimulam o DIÁLOGO em sala de aula.
Mas o que é necessário fazer para que essa construção dialógica em sala de aula aconteça?
Perspectiva
A perspectiva está diretamente ligada à empatia. E essa empatia deve ser construída pelo professor a partir do olhar do aluno sobre determinado tema. Ou seja, o professor precisa conhecer e entender o universo de seus alunos, para fazer com que eles se identifiquem com o conteúdo que está sendo estudado.
Contexto
Vocês conhecem a história de D.? Estudante de Estatística, D. foi reprovada três vezes consecutivas em Cálculo I. Ao desabafar com a nova professora, D. disse não saber o motivo de ter que aprender, a fundo, seno, cosseno e tangente, uma vez que jamais usaria isso em sua profissão. A professora sentou ao seu lado e explicou o porquê. D. trocou Estatística por Marketing no ano seguinte. Mas, antes, foi aprovada em Cálculo I. E por que isso aconteceu? Porque houve contexto e diálogo.
Contextualizar é FUNDAMENTAL para a aprendizagem!
Uso diversificado de linguagem
O professor deve adequar a linguagem e o conteúdo levando em consideração a audiência que irá participar da aula, indo além da linguagem verbal e inserindo em suas salas, ferramentas de ensino, tais como, material midiático e games, visando à dinamização do processo de ensino-aprendizagem.
Mesmo estando sujeita às regras de uma instituição e ao seu projeto político-pedagógico, a relação de confiança e interatividade entre professor e alunos deve ser a base do processo educativo.
Cabe ao professor que está disposto a quebrar paradigmas e transformar o modo de se fazer Educação no país, tomar para si esse desafio que é de extrema importância: a construção da linguagem dialógica no processo de ensino-aprendizagem. Para inspirar a reflexão sobre o tema, segue um dos ensinamentos de Paulo Freire, a nossa maior referência em Educação no Brasil:
‘OS HOMENS SE FAZEM PELA PALAVRA, NO TRABALHO, NA AÇÃO-REFLEXÃO’.